TRANSFORMANDO OS CUIDADOS COM A SAÚDE FOCADO EM VALOR
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Coluna de Opinião
Por Dr. Gabriel Charovsky, Clínico Geral, Farmacologista e Professor de Farmacologia na Universidade de Buenos Aires
Uma realidade para nós, hoje, é o relacionamento assimétrico que existe entre os valores cobrados por profissionais de medicina e o custo dos serviços que prestam.
O preço de dispositivos, tais como próteses e implantes, por exemplo, acompanha os índices de inflação nacionais e internacionais. Essa variável deve ser acrescida ao custo do uso de novas tecnologias e novos equipamentos. Por exemplo, um aparelho auditivo com “caixa” de 1960 não tem o mesmo valor de mercado de um sistema “open fit” de 2004. Provavelmente, devido ao uso de um sistema de amplificação, os dois pacientes poderão ouvir após o implante, mas um deles terá de carregar a caixa em seu peito, enquanto ou outro (talvez uma criança na escola) irá portar um dispositivo minúsculo, que assegura uma audição biauricular, e um microfone de frequência modulada, com conexão bluetooth, que o estudante pode posicionar para ouvir o professor na sala de aula.
Com o modelo “pague pelo serviço” (PPS — pay-per-service), se examinamos o que aconteceu durante a consulta com um especialista nesse exemplo do aparelho auditivo, iremos provavelmente observar que a conta ficou na faixa de US$ 55 (+/- US$ 20). A variável é o preço da consulta. Aqui, a falta de simetria é marcada pelo valor da tecnologia médica que excedeu o valor da prática médica. Esse padrão de US$ 55 +/- 20 por consulta é internacional.
Em vista das inconveniências de gerenciar um PPS, muitos sistemas de saúde contrataram serviços com um modelo de pagamento de quantia fixa, em que a variável é o número de casos. Isso reduz o preço do benefício para US$ 15 (+/- US$ 5).
Como exemplo, um contrato de serviço que cobre o tratamento de 1.500 pacientes por mês se traduz em US$ 15.000 por mês. Esses contratos admitem apenas pagamentos por consulta, sem levar em conta que o paciente pode ter de consultar um médico mais frequentemente durante o inverno.
Claramente, os sistemas de saúde não conseguiram cumprir essas expectativas profissionais, aceitaram a derrota e, em muitos casos, se retiraram do campo de batalha. Isso acontece no meu país, a Argentina, com grandes estruturas nacionais de financiamento, tais como planos de saúde para sindicatos, instituições de saúde provincianas, militares e para aposentados.
Um plano de saúde argentino selecionou um grupo de cirurgiões ortopedistas, quadriplicou o valor das taxas cirúrgicas e chegou a um acordo com os fornecedoras de próteses em uma lista de implantes de quadril e joelho para servir como um “banco protético”, disponível no centro cirúrgico do plano de saúde.
Até agora, os resultados foram bem-sucedidos. Especialistas em trauma experimentaram um aumento em suas atividades, vendo pacientes diariamente e focando em seu trabalho no centro cirúrgico do plano de saúde. Além disso, o plano favorece as principais cirurgias de trauma em seu centro, usando esses médicos. A fornecedora de próteses também tem a garantia de uma receita anual por fornecer seus produtos ao centro.
Os pacientes têm acesso a uma equipe médica especializada, tratamento de qualidade e cobertura para as principais cirurgias.
Todos parecem ganhar com isso — pacientes, planos de saúde, médicos e o centro cirúrgico. Esse é um caso de uma experiência de sistema de saúde baseado em valor espontâneo e bem-sucedido.